quarta-feira, 27 de maio de 2009

S.C. Gonçalense por Zegerardo (Parte III)



Equipamento

As primeiras camisolas utilizadas pelos jogadores do SCG eram completamente verdes, com o emblema colocado no lado esquerdo do peito. O emblema não tinha qualquer símbolo mas apenas as iniciais SCG. Existia uma fotografia no salão de festas do clube onde um jogador envergava esta camisola. A fotografia era de um “Parrana” do qual não lembro o nome próprio e que terá morrido durante um jogo de futebol!

Mais tarde as camisolas passaram a amarelas, assim à estilo Brasil!

Só depois é que se adoptaram as camisolas listadas de verde e branco, como equipamento principal do clube!

Campo de Jogos

Já não é do meu tempo mas parece-me que o primeiro campo de jogos digno desse nome terá sido lá para os lados das Almas!

Na minha infância já existia o Campo da Cascalheira, ainda sem balneários e com as medidas mínimas permitidas em competição!

Os jogadores equipavam-se na sede do clube e iam assim para o campo! No fim do jogo vinham lavar-se no tanque do Olival do Curro! Eram os tempos dos jogos amigáveis, para a “salada de bacalhau”! Tenho na lembrança jogos com Teixoso, Canhoso, Belmonte, Caria, Boidobra, Benfica da Covilhã, Aldeia de Carvalho...

Num desses jogos, por sinal contra a Aldeia de Carvalho, recordo uma situação deveras caricata. A uma dada altura do jogo, começa a correr o boato por entre a assistência, que o guarda-redes tem uma navalha escondida dentro da meia! Os ânimos exaltaram-se e a assistência começou a juntar-se junto à linha de cabeceira! Quando o jogo terminou, estava toda a gente com vontade de fazer umas “festinhas” a este jogador!

Pois o rapaz, que estava na baliza de cima, começa a fugir pelo cabeço abaixo, em direcção à Quinta do Vale e com toda a população atrás! Valeu-lhe o Ti Zeferino que o abrigou em sua casa e o defendeu no cimo das escadas, de caçadeira na mão!

Também assisti à construção dos primeiros balneários, levantados por directores, jogadores e alguns sócios que apareceram para ajudar! Mantiveram-se funcionais até ao último alargamento do recinto desportivo!

Quando comecei a ir aos treinos do Gonçalense, tinha cerca de 15 anos, ainda não havia esquentador e muito menos água canalizada! Existia um depósito encostado à parede traseira do edifício que era cheio uma vez por semana, com água trazida em bidões! Imagine quem está agora habituado aos confortos modernos, o que seria tomar banho naqueles dias de inverno rigoroso, debaixo daquela água gelada!

Num desses treinos, a neve era tanta que não pudemos utilizar o campo e por esse motivo fomos correr para a estrada! Quando chegámos e fomos para o duche, levantou-se tanto vapor que até parecia nevoeiro! Era a reacção da água gelada nos corpos transpirados!

Quando colocaram o primeiro esquentador foi uma festa! Mas de pouca dura! Como não havia pressão, a máquina estava sempre a avariar e resultava no mesmo!

(Continua)
Um abraço

Zegerardo em 21-05-2009


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